segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sinto a primavera em você


Flores a chegar
amor para renovar
cores a embelezar

Abelhas alimentadas
passarinhos a cantarolar
a nossa cantiga de anunciação

Sem pressa te esperarei
renovaremos essas estações
Semeadores de sementes
aguardaremos mais flores
para embelezar o nosso jardim
em cor, em tempos, e luz.


Vale do Capão, Chapada Diamantina



domingo, 12 de julho de 2015

Interiores

No ano passado passei uns meses trabalhando em cidades do interior da Bahia. Foram dias de intensa produção literária que acabei guardando nos cadernos de anotações, e sempre que algo me chamava atenção o lápis era puxado para o registro dos pensamentos criativos. Pela minha ausência nesse espaço escondido quero deixar aqui registrado algumas memórias vividas.


Tabocas do Brejo Velho, 13 de março de 2014.

Estou sentada no banco da praça Descansei um pouco dessa semana, fui visitar a Lan House da cidade e averiguar o mundo virtual, notícias tristes e não tão relevantes para quem está vivendo a vida simples.
A calmaria de um interior é um ótimo remédio para uma mente fervilhante. A pressa não é tão necessária, existe tempo para conversar sobre a morte da bezerra, e saber o porque de "Flor" ter se separado de "Bentinho". Quantas sacas de milho foram colhidas é uma informação mais útil do que o engarrafamento insuportável da metrópole. No interior quase todos gostam de finalizar a caminhada de um animal e ofertá-lo em função de uma data especial, pelo menos em prol de comemorações o reino animal se esvazia.
" O fruto bom dá no tempo/No pé pra gente tirar/Quem colhe fora do tempo/Não sabe o que o tempo dá.(Conzaga)" Saber esperar, grande ensinamento para os ansiosos e motivo de acomodação para os acomodados.
É fim de tarde e a cachaça do alambique de seu João já fez efeito, o comércio vai  se despedindo do dia e as cadeiras são postas em frente das portas. Começam os comentários sobre quem apareceu na cidade, o que o prefeito prometeu e ainda não fez, da laje de Dona Raimunda, e a feira do domingo que está chegando...e por ai vai. Até Zé Morfeu começar a sinalizar a sua presença. Dias passam em sucessão de acontecimentos, acompanhados do grande verde envolto diante daquela cidade e tantas outras que passei.





domingo, 22 de março de 2015

O amor no outono

Fazia outono dentro de mim
as pétalas começavam a cair
hora de me despedir

Os acordes do violão soavam como uma triste canção
música mutável, efêmera e ligeira

Não quis ficar no teu corpo como tatuagem
o nosso amor foi desses de passagem

E passou...

domingo, 15 de março de 2015

Compartilhando um sonho

Na manhã do dia 07 de novembro de 2004 acordava com a minha ansiedade crônica para ir a um campeonato de natação na escola, não era o primeiro dos que já havia participado. Treinava com uma frequência maior tendo em vista o aprimoramento de minhas capacidades físicas, tinha doze anos e era época da despedida da primavera. Após o fim do campeonato e trazendo mais uma vitória com recordação, um professor veio conversar comigo e fez o convite para me filiar a Federação Baiana de Natação, e claro que aceitei (pulinhos de alegria)!
Nesse mesmo dia almocei na casa de um tio, e no retorno para casa um acidente de carro muda alguns rumos desse final de ano. Um mês internada no hospital e umas vértebras para unir. Dias de sofrimento, que me ensinaram um bocado.
Depois da recuperação, a primeira pergunta que fiz ao médico:
- Poderei voltar quando para natação?
-Logo a natação Fernanda, não tem um esporte mais leve não?
Depois de quase um ano passado retornei as piscinas em um ritmo bem mais lento, e entres saídas e entradas na escola de natação o tempo foi passando... Entrei na faculdade, estágios, trabalho e a vida foi sempre colocando outras prioridades. Mas o sonho de competir mais estava ali adormecido esperando a dona dele reanimá-lo!
Após dez anos tenho riscado alguns sonhos da minha lista, aproveitando a juventude para cumpri-los (a trilha do Vale do Pati foi um deles). Esse ano depois das minhas férias terminarem corri para uma escola de natação próxima a minha casa, sem pensar muito admito,  me rematriculei. Agora estou na equipe, nadando todos os dias antes de ir para o trabalho. Com a rotina mais regreda. de horários, alimentação e tudo mais. Após um mês de nado diário, ontem em uma linda manhã nadei pelos mares da cidade de Salvador, dando um verdadeiro "sacolejo" no danado do sonho.
Eu me encontrava ali, na companhia de Yemanjá me questionando nos primeiros 1000m o porque dessa maluquice minha.
Foi engraçado acordar, e senti a mesma sensação de quando criança. Era caloura no mar, na chegada só uma certeza...quero mais!O esporte transforma.
Grata à aqueles que estão compartilhando comigo este momento.